Estamos em 2020 e ainda não aprendemos a fazer backups. Talvez o motivo esteja ligado diretamente à natureza mutável da digitalização em nossas vidas.

Independente se o backup é pessoal ou corporativo, acredito que as mesmas regras se aplicam. Cada pessoa define aquilo que importa para si assim como as empresas definem quais dados devem ser resguardados de falhas ou perdas.

Uma forma simples e eficaz que utilizo nesses casos é responder às seguintes perguntas:

O QUÊ?

Nessa primeira fase defino do que o backup será composto. ex: e-mails, bancos de dados, websites, códigos-fonte, imagens, documentos, planilhas.

ONDE?

Qual local ou meio o que foi definido na primeira será utilizado? ex: discos em RAID, NAS, HD externo, armazenamento remoto (ex: Amazon S3/Glacier).

Aqui cabe uma regra: nunca escolha o mesmo ambiente físico de onde os dados principais residem como, por exemplo, salvar os dados do HD principal em um segundo HD dentro da mesma CPU. Ainda que melhor que nada, esse procedimento não protege contra duas principais fontes de problema:

  1. surtos elétricos – se um HD queimar, é provável que o segundo também irá pelo mesmo caminho;
  2. vírus – malwares e ransomwares irão atacar todas as unidades que o sistema operacional tem acesso.

E os Pendrives? Pendrives nunca devem usados como dispositivos de backup. A função deles está ligada ao transporte e armazenamento temporário de dados. Confiar em pendrives para backups duráveis, que devem sustentar a capacidade de restauração por muito tempo (anos ou décadas) é apostar alto com a probabilidade de perder ou corromper os dados.

COMO?

Agora vamos definir a maneira com que cada backup será executado.

É comum confundir espelhamento, sincronismo e backup que são coisas bem distintas.

O espelhamento é na um registro duplicado e instantâneo dos dados, normalmente realizado dentro do mesmo ambiente físico. ex: RAID 1.

O sincronismo depende de um aplicativo em execução na memória do sistema operacional que faz um cópia dos arquivos para outra máquina, normalmente em cloud. ex: Dropbox.

Já o backup normalmente é executado em lote e de conexão sob demanda, dessa forma, quando a operação é concluída, o meio é desconectado da origem e do destino, garantindo um isolamento dos dados salvos.

Podemos realizar o backup através de ferramentas destinadas à esse fim específico. Aqui estão alguns exemplos de backup na nuvem:

QUANDO?

Definir a frequência com que o backup é feito deve se levar em consideração a necessidade e o custo da operação de acordo com a quantidade de dados a serem salvos.

Por fim, nada disso terá efeito se não houver uma política de restauração de tempos em tempos dos backups realizados.

É comum acreditar que pelo fato da rotina estar sendo executada, está automaticamente garantida a operação de restauração.

Restaurar um backup para depois descobrir que ele não serve por fatores como desatualização ou dados corrompidos é prejuízo na certa.

Ouça o segundo episódio do podcast Quero Falar de T.I. onde falo sobre esse assunto em https://qfti.r36software.com.br/qfti002-backup-bom-e-backup-restaurado/

Até!

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